Mães militares são inspiração para filhos estudarem na EPCAR, em Barbacena

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Em alusão ao Dia das Mães, confira a história da Coronel Intendente Sheyla

e da Suboficial Renata, militares da Aeronáutica e mães de Alunos da Escola Preparatória

O Dia das Mães, comemorado neste domingo (11/05), é uma data para homenagear a maternidade em todo o mundo. Na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), muitos Alunos miram no exemplo das mães militares, sejam das Forças Armadas, sejam das Forças Auxiliares.

MISSÕES: MÃE E CORONEL INTENDENTE

“Desde pequena minha mãe sempre me contou histórias de quando voava planador no que antes era chamado de Clube de Voo a Vela. Quando cresci ela me mostrou a oportunidade de poder ter a minha própria experiência com o voo por meio do concurso da EPCAR”, conta a Aluna Camilla Sales Coelho, da Turma Thunderbolt, o 3º Esquadrão da Escola Preparatória. Ela e o irmão, Cauã Sales Coelho, da Turma Black Hawk (1º Esquadrão), são filhos da Coronel Intendente Sheyla Fernandes Sales.

A Coronel Sheyla foi da primeira Turma de Intendência com mulheres na Academia da Força Aérea Brasileira (AFA), em 1996. “Ser mãe nunca me impediu de continuar estudando, trabalhando, assumindo novas responsabilidades, ando por diversas mudanças de domicílio ou adaptações a novas cidades. Pelo contrário, meus filhos sempre foram minha maior motivação”, descreve ela.

Camilla e Cauã continuarão o legado da família no Oficialato, mas antes disso foi o pai da Coronel Intendente Sheyla o primeiro a ingressar na Força Aérea Brasileira (FAB). Taifeiro da FAB, Francisco Sales fez com que a Coronel asse a conviver com as mulheres da Aeronáutica e irá-las. Quando surgiu a oportunidade de ingressar na AFA, ela aproveitou a chance. “Enxerguei na carreira militar uma forma de desafiar limites, superar desafios e, ao mesmo tempo, abrir portas para outras mulheres na AFA. Acabei descobrindo habilidades pessoais que desconhecia e faria tudo novamente”, diz.

Assim, a trajetória da Coronel Intendente ou a ser marcada por momentos de aprendizado: foi a primeira piloto militar de planador da FAB em 1996, assumiu o comando da Prefeitura de Aeronáutica de Natal (PANT) em 2019-2020 e foi chefe do Grupamento de Apoio dos Afonsos (GAP-AF), na sua reativação em 2023-2024. Hoje, ela faz o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro.

Para a Coronel Intendente Sheyla, cada obstáculo superado fortaleceu o seu compromisso com a Força Aérea Brasileira e com a sua família. “Ver hoje os dois como alunos da EPCAR me orgulha e emociona profundamente. Eles são a prova viva de que é possível equilibrar carreira e maternidade com amor, determinação e apoio mútuo. A vida militar me ensinou e agora ensina a eles valores como coragem, lealdade, honra, dever, patriotismo, hierarquia, disciplina e responsabilidade”, explica.

DAS HISTÓRIAS DE GUERRA AO SONHO DE ESTUDAR NA EPCAR

A Aluna da Turma Xavante (2º Esquadrão da EPCAR), Júlia de Lemos Feltrin, cresceu ouvindo as histórias de heroísmo do seu bisavô, Edison Carlos de Lemos. Pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB), ele foi um dos sobreviventes do navio brasileiro de carga e ageiros Itagiba, torpedeado no dia 17 de agosto de 1942 pelo submarino alemão U-507, no litoral da Bahia. Depois, sobreviveu aos conflitos na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.  “Minha mãe me contava, com muito orgulho, a história do meu bisavô, pracinha que participou da guerra e foi sobrevivente do naufrágio do navio Itagiba. Ela também me contava sobre tudo o que já ou na FAB, e isso criou em mim muito patriotismo e vontade de servir ao meu País”, explica.

Feltrin é filha da Suboficial Controladora de Tráfego Aéreo Renata Tavares de Lemos, que também teve a infância marcada pelos relatos da Segunda Guerra Mundial — na foto ao lado, as duas quando Renata ainda era Primeiro-Sargento. “Eu tinha muita iração pelo meu avó, pelo homem corajoso e forte que ele foi. Depois de sobreviver a um naufrágio, ainda foi para a guerra, e tudo isso por amor ao País. O tempo que ele ficou no mar, o quanto que ele nadou. Hoje, eu sou muito feliz na carreira que escolhi, sinto que sou uma continuidade dele, e mais ainda agora pela minha filha”, relata a Suboficial.

A preparação de Júlia para ser aprovada no Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CAR) durou cinco meses, mas o diferencial foi o apoio da mãe militar. “Desde cedo, ela me ensinou o valor da disciplina, da responsabilidade, da honestidade e da justiça. Sempre me incentivou a lutar pelos meus objetivos com determinação, mesmo diante das dificuldades. Eu acho que o exemplo da minha mãe, de força, resiliência e integridade, refletem exatamente os princípios e os valores que a vida militar preza”, afirma a Aluna.

À época, mãe e filha conheceram uma Cadete do Ar, e foi a partir disso que a Suboficial Renata ficou tranquila com a decisão da filha de ser aviadora. “A Cadete Laniz foi importante para a Júlia, pois falou da EPCAR e respondeu todas as minhas dúvidas, o que me deixou em paz com a decisão da minha filha de querer ser aviadora. Quando ela não ia bem nos simulados, eu sempre conversava e falava que ela ia melhorar. Ela ou em 6º lugar, depois subiu para o 2º lugar”, explica.

Atualmente, a Suboficial Renata serve no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos. Ela descreve os desafios e as maravilhas de ser militar e mãe. “Envolve orgulho, amor e preocupação. É aprender a cada dia a lidar com a distância e com a saudade. Eu não tenho palavras para expressar o quanto a minha filha foi brava e é até hoje, com toda a rotina que ela tem, com a distância da família, mas eu vejo que ela tem muito amor pelo que faz. A Júlia está na EPCAR porque ama tudo isso e tem um sentimento de pertencimento grande pelo Brasil”, completa.

Com informações: EPCAR.

 
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