Combate dos Sinos é tradição histórica em São João del-Rei

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Em um país de grandes dimensões em que mais da metade da população é católica, não é de se estranhar que grandes manifestações religiosas tomem conta da Semana Santa. Em todas as regiões do Brasil as celebrações são marcadas pelas tradições populares e pela fé no Cristo Ressuscitado.

Em São João del-Rei não é diferente. Você pode não ter reparado, mas tem coisas que acontecem aqui que não se encontram em lugar algum. São peculiaridades. Ofício de Trevas, tapetes de rua com areia da Serra do Lenheiro, inhos para visitações, costumes que am de pais para filhos. Uma riqueza que estimula a fé e atravessa gerações, como o “Combate dos Sinos”.

Pode parecer inusitado, mas se trata de uma das peculiaridades da cidade no período da quaresma. Uma batalha, até então, bem barulhenta. Protagonizada pelos sinos de três igrejas do centro histórico (Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar, Igreja São Francisco de Assis e Igreja Nossa Senhora do Carmo), a atração ganha – além da atenção – muitos significados. O ato integra a Programação dos os e acontece nesta sexta-feira, sábado e no domingo, às 12h15, 15h e 18h.

“A batalha acontece nas Igrejas envolvidas diretamente com a celebração dos os. São badaladas intercaladas. Em determinado momento, colocamos o sino de cabeça para baixo e o soltamos. O sino ganha mais velocidade e as badaladas ficam mais rápidas. Aquele que revirar por mais tempo é, como se diz, quem ‘ganha’, mas sabemos quem que os verdadeiros ganhadores são os próprios sineiros, por participarem de tal atividades, além dos moradores e turistas por acompanharem essa bela tradição”, explica Nilsson dos Santos, Sineiro da igreja São Francisco.

Rodrigo Leandro da Silva é sineiro na Igreja do Rosário. Praticante da profissão há mais de 35 anos, ele recorda como surgiu toda essa paixão pelo instrumento litúrgico. “Morava nos arredores da Igreja Matriz (Catedral do Pilar) e, todo dia de manhã, observava aquele ‘negócio’ se movimentando no alto da igreja. Eu e meus irmãos ficávamos encantados”, recorda. Além de Rodrigo, a curiosidade invadiu toda a família. Seus cinco irmãos também encantaram pelo instrumento e tornaram sineiros.

Já não bastavam os irmãos, a paixão pelo sino também contagiou os sobrinhos de Rodrigo. Giovani e Vinícius não são sineiros por profissão, exercem outras funções, mas, quando chega dia festivo “logo querem dobrar os sinos”, conta Rodrigo que via Giovani, quando pequeno, repetir os gestos (feitos com o sino) em uma vassoura. “A gente incentiva, afinal, é uma forma de preservar a tradição, mas, como profissão é complicado. O salário é pouco. O que nos estimula mesmo é o amor pelo sino”, reforça Rodrigo.

Com informações: Diocese São João del-Rei.

 
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